Famílias ricas receberam, em média, mais 47 euros de apoios do que as mais pobres
Famílias mais ricas ganharam, em média, 518,1 euros de apoios, enquanto as famílias mais pobres receberam 471,3 euros.
No início da pandemia, em 2020, os agregados mais pobres receberam, em média, mais do que a população geral em apoios atribuídos. Mas se balizarmos os apoios dirigidos a famílias, crianças e habitação, as famílias mais pobres são as mais prejudicadas: ao quartil dos mais ricos (Q4) foram atribuídos, em média, 518,1 euros de apoios, enquanto o quartil mais pobre (Q1) recebeu 471,3 euros, ou seja, menos 46,8 euros.
A conclusão é retirada da última análise “Portugal, Balanço Social 2022”, da Fundação La Caixa, do BPI e da Nova SBE, divulgado esta terça-feira, a que o NOVO teve acesso.
Segundo o documento, as famílias mais pobres saíram mais beneficiadas nos “outros apoios”, ao receberem o valor mais alto, na ordem dos 823 euros, em que se incluem, por exemplo, os apoios dos programas AUTOvoucher e Vale Eficiência.
Em termos globais, ao juntar todos os apoios atribuídos em 2020, no âmbito da pandemia, o valor médio dos apoios para os agregados pobres foi de 1.012,8 euros, superior à média para a população total (987,5 euros).
Neste caso, o apoio médio anual para os mais pobres foi de 448,4 euros, enquanto a população total recebeu, em média, 606,8 euros.
Famílias mais pobres receberam menos apoios na pandemia
“A análise por quartil de rendimentos revela que foram as famílias mais pobres que menos frequentemente receberam apoio financeiro no âmbito da pandemia”, pode ler-se no documento.
Embora a prevalência de apoios à família, crianças e habitação não seja muito diferente entre os mais pobres e a população total, salienta-se que apenas 1% da população mais pobre os recebeu. Esta percentagem aumenta para 5,6% entre os mais ricos.
Entre a população total, 13% receberam pelo menos um apoio, um valor ligeiramente abaixo do da população pobre, 13,8%.