Mais de um ano volvido sobre o início da pandemia da corona vírus, a sensação de uma vida em suspenso tem sido a que melhor descreve o sentimento da generalidade das pessoas.
Quando Portugal celebrava o fim da austeridade e se preparava para a consolidação do crescimento, eis que um vírus coloca um travão a fundo nas nossas expectativas.
Ao fim de vários meses de confinamentos, mais ou menos restritivos, em que começamos a ver uma pequena brecha de luz, é importante olhar para as consequências desta suspensão e preparar o terreno para o novo arranque que todos ansiamos.
Enquanto deputado à Assembleia da República, eleito pelo círculo de Viseu, sinto que é meu dever atuar em várias frentes para construir um melhor futuro para o País e em particular para o meu Distrito.
A função de deputado não se exerce apenas no hemiciclo da Assembleia da República. A substância da ação política acontece junto das pessoas, que são o seu alvo e fonte de inspiração.
Neste jornal, cuja direção felicito pela recente edição inaugural, terei a oportunidade de, quinzenalmente, me dirigir às preocupações dos meus concidadãos, através do debate de ideias e da discussão de ações concretas. Sempre, com o respeito pelo pensamento diferente, mas sem receio de questionar.
A pandemia mostrou como a ação política dirigida às pessoas é necessária e fundamental. Constatámos essa importância na construção de soluções económicas, sociais e organizacionais, em Portugal e na União Europeia. Refiro-me à estratégia de apoio económico às empresas e às famílias, bem como à solidariedade europeia no esforço de vacinação.
Com a consciência absoluta de que este vírus não está erradicado, temos de preparar o futuro sob o ponto de vista da recuperação económica, olhando para o país na sua enorme diversidade.
A mim interessa-me e preocupa-me, naturalmente, a diversidade do território do distrito de Viseu, desde as fragilidades às suas enormes potencialidades, para as quais é urgente reivindicar os apoios da bazuca europeia.
Aplicar o dinheiro de acordo com as necessidades dos territórios, nomeadamente aquelas que ficaram mais expostas pela pandemia. Sem demagogias, mas sem receio de colocar o dedo na ferida.
É que há um país antes da pandemia que é preciso recuperar. E nesse país ficou muito por resolver.