Dois meses de greve dos professores universitários angolanos levam alunos à rua

Movimento estudantil está a convocar uma série de protestos em resposta ao braço-de-ferro mantido entre o sindicato dos docentes universitários e o executivo do Presidente João Lourenço.

Os professores do ensino superior público de Angola estão em greve ininterrupta há dois meses, desde 27 de Fevereiro, por falta de resposta do Governo a uma série de reivindicações.

Convocada pelo Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (SINPES), a paralisação, de âmbito nacional, está a suspender as aulas por tempo indeterminado.

Entre o conjunto de reivindicações, em cima da mesa desde 2019, encontram-se o aumento dos salários e a atribuição de um seguro de saúde aos docentes. Nos últimos anos, apesar dos diferentes movimentos de greve do sector, as exigências não foram ouvidas pelo Governo.

Em resposta ao braço-de-ferro entre o executivo do Presidente João Lourenço e os docentes, a comunidade estudantil está a realizar uma série de acções de pressão na rua, a fim de resolver o impasse. Nesse sentido, o Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) convocou uma marcha para 29 de Abril, na cidade do Uíge. “A marcha tem como local de concentração Bangola do Norte, às 10h00, com partida às 13h00”, lê-se num comunicado divulgado nas redes sociais.

O MEA convoca a “comunidade estudantil, pais, encarregados de educação, entidades sociais e o público em geral a participarem na marcha pacífica e ordeira”.

A 15 de Abril, a Polícia Nacional de Angola impediu a primeira de uma série de marchas que o MEA programou para exigir o regresso às aulas, acabando o líder do movimento, Francisco Teixeira, por ser detido. No sábado passado, 22 de Abril, as autoridades voltaram a impedir outra marcha, desta vez em Luanda.