“Comprova-se que era um truque”, diz Catarina Martins
Bloco de Esquerda e PCP criticam Governo no dia em que o primeiro-ministro anunciou um aumento intercalar das pensões. Líder do BE fala em “instrumentalização” dos pensionistas. Paula Santos, líder parlamentar dos comunistas, diz que os portugueses estão a ser sacrificados para “satisfazer Bruxelas e os interesses dos grupos económicos”.
Catarina Martins defendeu, esta segunda-feira, que os pensionistas vão continuar a perder poder de compra face à inflação. “Comprova-se que era um truque”, disse a coordenadora dos bloquistas, depois do anúncio feito pelo Governo de que os pensionistas vão ter aumento intercalar de 3,57% a partir de Julho.
Catarina Martins acusou o Governo de “instrumentalização” e lembrou que “a inflação continua a crescer acima das pensões”. A líder do Bloco de Esquerda já tinha defendido, ao início da tarde, que “o Programa de Estabilidade que o Governo apresentou é não só o que qualquer partido da direita apresentaria como é uma verdadeira irresponsabilidade no momento de crise em que vivemos”.
Para o Bloco de Esquerda, “a única forma de defender o país neste momento” é a contestação social por melhores salários. “A economia cresce, os preços continuam a subir, mas os salários continuam a perder poder de compra, e sobre isso não há uma única medida eficaz”, concluiu Catarina Martins.
O PCP defendeu que as novas medidas anunciadas pelo Governo são o resultado da “luta dos reformados”. Paula Santos afirmou que “o Governo não faz mais do que a sua obrigação, dar cumprimento à lei em vigor”.
A líder do grupo parlamentar dos comunistas defendeu, em relação ao Programa de Estabilidade, que a política do PS “sacrifica o país para manter uma política com o objectivo de satisfazer Bruxelas e os interesses dos grupos económicos”.