China e Índia ajudam Rússia a contornar sanções comprando petróleo barato
Rússia concentra a sua atenção no Oriente. Moscovo está a reconfigurar o modelo do seu sector externo, especialmente de energia, para suportar as suas exportações de petróleo e gás. Está agora de olhos postos na China e multiplicou por 22 a venda de petróleo à Índia. A dificuldade em aceder aos mercados internacionais, a matérias-primas essenciais, a inúmeros sectores, e o esforço orçamental de guerra têm levado a economia russa a deteriorar-se nos últimos meses. Ainda assim, a queda foi muito menor do que a esperada.
Mergulhada em sanções internacionais impostas pelas economias ocidentais, a Rússia tem tentado contornar algumas destas limitações estreitando relações com os seus parceiros mais próximos. A Índia tem sido um salva-vidas no que respeita às vendas de petróleo ao exterior, dando alento à economia russa, muito assente nas matérias-primas, enquanto a China combina o apoio económico com os esforços diplomáticos para manter vivas algumas ligações a Moscovo.
Perante a recusa europeia em continuar a comprar bens energéticos à Rússia na sequência da decisão do Kremlin de invadir a vizinha Ucrânia, os russos apressaram-se a procurar destinos alternativos para algumas das suas exportações mais relevantes, neste caso, o petróleo e o gás natural. Oferecendo descontos assinaláveis a parceiros de longa data, Moscovo procurou não só manter as suas receitas, mas também sustentar o rublo, a sua divisa.
Basta ver que as exportações de petróleo da Rússia atingiram em Março o nível mais elevado desde Abril de 2020, apesar das sanções da União Europeia e do G7, mas a receita é muito inferior ao valor registado no mesmo período do ano passado, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). As entregas de petróleo russo ao exterior aumentaram 600 mil barris por dia em Março, para uma média de 8,1 milhões. É a maior quantidade de petróleo exportada pela Rússia desde Abril de 2020 – bem antes do início da invasão da Ucrânia.
Leia o artigo na íntegra na edição impressa do NOVO deste sábado, 13 de Maio.