Carlos Silva eleito secretário-geral da UGT há oito anos. Deixa liderança no próximo congresso
Carlos Silva reafirmou que deixará a liderança da central no seu próximo congresso, previsto para Novembro, em Lisboa.
Carlos Silva completou esta quarta-feira oito anos enquanto secretário-geral da UGT e reafirmou que deixará a liderança da central no seu próximo congresso, previsto para Novembro, em Lisboa.
“Faz hoje oito anos que fui eleito secretário-geral da UGT, devia estar agora a abandonar o cargo, mas a pandemia obrigou-nos a adiar o congresso e a mim a ficar mais algum tempo, mas não vou ficar 12 anos no cargo, não posso apregoar uma coisa e fazer outra”, disse Carlos Silva à agência Lusa.
Eleito no XII congresso da UGT, que se realizou em Lisboa, nos dias dias 20 e 21 de Abril de 2013, Carlos Silva sucedeu a João Proença que liderou a central sindical durante 18 anos.
Quando foi reeleito, no XIII congresso da UGT, que se realizou no Porto, a 25 e 26 Março de 2017, Carlos garantiu que seria o último mandato.
No entanto, vários dirigentes da UGT têm tentado convencê-lo a ficar mais quatro anos.
Mas Carlos Silva assegurou à Lusa que a sua decisão é irrevogável e que se quer reformar.
O sindicalista completa 60 anos a 1 de Novembro, mas já tem 43 anos de trabalho e é bancário, nos quadros do Novo Banco, não estando abrangido pela regras da segurança social para se reformar.
O próximo congresso da UGT está previsto para Novembro, em Lisboa.
O vice secretário-geral da UGT Sérgio Monte disse à Lusa que o local para o congresso já está reservado, “mas tudo depende das circunstâncias” pois a reunião magna deverá contar com a participação de cerca de mil pessoas.
O congresso deveria ter-se realizado em Março ou Abril mas foi adiado devido à pandemia da covid-19.
Antes disso, “o mais tardar em Outubro”, terá de se realizar o congresso da tendência sindical socialista, para eleger quem irá substituir Carlos Silva na sua liderança.
Carlos Silva, a quem cabe convocar este congresso, disse à Lusa que gostaria de o marcar para 27 de Outubro, véspera do 43.º aniversário da UGT, mas só tomará a decisão depois do 1.º de Maio.
Por enquanto, só o líder da Federação dos sindicatos da Administração Pública (FESAP), José Abraão, manifestou disponibilidade para se candidatar a secretário-geral da UGT.
O secretário-geral da UGT é eleito em lista uninominal pelo congresso, sendo as candidaturas propostas no mínimo por 20% dos delegados ou pelo secretariado nacional cessante.
Os estatutos da UGT determinam a limitação de mandatos para o presidente, o secretário-geral e os secretários gerais adjuntos, que não podem ser eleitos mais de duas vezes consecutivas.
Mas o congresso pode autorizar, por maioria de dois terços, mais um mandato ao secretário-geral.