Câmara de Braga foi alvo de buscas na “Operação Babel”
Está em causa o projecto Convento do Carmo, liderado por Elad Dror, que terá sido beneficiado por responsável da Direcção Regional de Cultura do Norte (DRC-N), Amândio Dias, também detido
A Câmara Municipal de Braga também foi alvo de buscas no âmbito da “Operação Babel”, adiantou nesta quarta-feira o Jornal de Notícias (JN).
Esta operação determinou a detenção do vice presidente da Câmara de Gaia, Patrocínio Azevedo, assim como do empresário israelita Elad Dror, CEO do grupo Fortera, uma empresa com capitais israelitas, e de Paulo Malafaia, seu parceiro de negócios.
Em causa está o projecto Convento do Carmo, liderado por Elad Dror, que terá saído beneficiado por um director da Direcção Regional de Cultura do Norte (DRC-N), Amândio Dias, também detido por suspeitas de ter recebido 80 mil euros para emitir pareceres favoráveis.
No entanto, a Câmara de Braga não é directamente visada no inquérito.
Segundo o JN, Elad Dror e Paulo Malafaia queriam garantir, em 2020, a emissão de um parecer favorável à transformação do convento classificado num hotel de luxo, de acordo com a investigação da Polícia Judiciária do Porto e do Ministério Público.
A intervenção em imóveis e zonas classificadas está sujeita à emissão de parecer das DRC. Nesse sentido, os empresários terão abordado Amândio Dias, que exercia, na altura, funções de director da Direcção de Serviços de Bens Culturais da DRC-N.
O projecto do Convento do Carmo abrangia uma requalificação do Convento das Carmelitas, para ser transformado num hotel de quatro estrelas, com 70 quartos, piscina e ginásio.
Também esta quarta-feira, o atelier do arquitecto Souto de Moura foi alvo de buscas. Em causa, suspeitas de corrupção urbanística, nomeadamente o projecto para construir a torre mais alta do país no futuro centro de congressos deste município, o Skyline.
Na “Operação Babel” foram, até agora, constituídos 12 arguidos e detidas sete pessoas.