Por tudo quanto vou observando, tenho dúvidas de que o sacrifício seja justificado, para os estudantes e para os pais. Explicações, overdose de horas de estudo, “namoro” aos professores e prelecções aos filhos, tudo em quantidades desproporcionadas e com o risco de consequências adversas no seu desenvolvimento. O Japão primeiro, Singapura depois, a Coreia do Sul mais recentemente, aplicaram a fórmula e o que conseguiram foi produzir loosers, na vida profissional e pessoal, e aumentar o número de clientes para psicólogos, psiquiatras e psicoterapeutas. O meu conselho aos pais:não vão por aí!
Mas o que aqui me ocupa é um acontecimento a todos os títulos notável: a elevação com que decorreu o debate. Parabéns, senhores deputados! Parabéns, senhor presidente da AR!
Cavaco fala e Costa exulta. É uma guerra que o diverte e em que sabe sair sempre vencedor, tem tarimba e tem gosto pelas picardias. Bem pode Cavaco Silva ter descoberto a ironia para picar António Costa. Aos 82 anos, não resulta! E não seria agora que os portugueses lhe iriam achar piada.
A existência de uma Constituição – a lei fundamental – é a trave-mestra de um regime democrático, na condição de os órgãos de soberania e os poderes públicos a respeitarem e fazerem respeitar. Com todos os desvios e fragilidades, isso tem acontecido em Portugal. Valha-nos isso! E esse é um bem que devemos agradecer, mais do que a todos os outros, aos homens que exerceram as funções de Presidente da República desde o dia 25 de Abril de 1976, data em que a Constituição da República Portuguesa entrou oficialmente em vigor.
Quatro exemplos bastam para ilustrar a tese. São situações muito diferenciadas que corroem e empobrecem a democracia, enfraquecem a autoridade do Estado e nos diminuem como povo. Apresentam-se por ordem alfabética para evitar juízos sobre as antipatias do autor, que deixa ao critério do leitor a graduação da perigosidade para a sociedade.
A tentativa de dar luta à poderosa hidra foi meritória, mas inglória, dando razão a quem disse: “Se pecares, peca contra Deus, nunca contra a burocracia. Deus perdoa; a burocracia jamais!” O primeiro presidente da API acabou por desistir da sua cruzada e a associação veio a dar lugar à actual AICEP, que prossegue a cruzada de atrair investimento estrangeiro e apoiar os teimosos que ainda se atrevem a lançar ou a comprar empresas em Portugal. Claro que, quando aparece dinheiro chinês para comprar a EDP e a REN, as coisas mudam de figura… mas parece que isso dá pelo nome de Realpolitik.