Com a transformação digital, a informação das empresas em formato digital, sejam bases dados ou documentos nado digitais, enfrenta desafios adicionais, ainda que na essência os princípios da ciência arquivística se mantenham. A transição do suporte da informação para o digital coloca novos desafios a estes profissionais. Desde logo, a exposição a ataques cibernéticos, que implica uma maior ênfase na segurança dos processos de negócio das empresas.

Nesse sentido é importante implementar nos meios arquivistas algumas medidas, por forma a fortalecer a segurança neste cenário de constante desmaterialização da informação. Para começar a implementação de uma criptografia avançada que desempenha um papel crucial na proteção dos dados sensíveis das empresas, outra medida prende-se com a autenticação multifator, que exige mais do que uma senha para aceder aos sistemas e a dados. A adoção por parte das empresas de sistemas de controlo de segurança, em tempo real, para detetar e responder a ameaças cibernéticas. A formação e a consciencialização em segurança dada aos colaboradores são peças fundamentais para a salvaguarda do negócio. Os trabalhadores devem ser permanentemente educados sobre boas práticas de segurança, como o uso de senhas fortes, a identificação de ataques de phishing e a adoção de comportamentos seguros ao lidar com informações sensíveis. No entanto, para que esta ação seja possível, é necessário que a atualização de segurança do software seja eficaz e garantida.

Há ainda que reforçar os backups regulares e sistemas de recuperação de dados, bem como garantir – e todas as empresas devem fazê-lo – a privacidade dos dados, adotando regulamentações e leis de proteção de dados, como o RGPD (Regulamento Geral de Proteção de Dados) da União Europeia. Isso inclui uma gestão adequada do consentimento dos utilizadores, a anonimização de dados e a implementação de medidas de segurança adequadas.

É importante lembrar que à medida que, as ameaças cibernéticas se tornam mais sofisticadas, as empresas precisam de estar preparadas para adotar medidas de segurança avançadas e atualizar continuamente as suas estratégias de proteção e formação contínua dos seus trabalhadores, nesta matéria em particular. Esta é uma guerra que corre por todo o mundo, mas não usa bombas para destruir, não sabemos onde está o inimigo e tal como referem os especialistas em cibersegurança “as empresas têm de proteger tudo e todos, o atacante só tem de ter um êxito”. Francamente injusto, digo eu, mas também não conheço, na história, uma guerra justa.

Paulo Veiga CEO da Empresa de Arquivo e Documentação (EAD)