Alexandre Poço: Devolução da propina “equivale a menos de dois meses de renda”

A JSD considera que a medida anunciada por António Costa de devolver uma propina aos jovens por cada ano de trabalho em Portugal tem efeito reduzido para os estudantes e critica as “residências de papel” que o governo anda há cinco anos a anunciar.

Para a JSD, a devolução de uma propina é “uma medida que, para os estudantes, tem um efeito reduzido”.

“O principal problema para quem estuda no Ensino Superior não é tanto a questão da propina, que já é gratuita para quem precisa, mas os custos de frequência, nomeadamente no alojamento”, explica ao NOVO Alexandre Poço, deputado e presidente da JSD. “Numa faculdade pública, a propina ronda os 700 euros, que equivale a menos de dois meses de renda de um quarto, se considerarmos os valores que se praticam em Lisboa e no Porto”, prossegue.

No entanto, sublinha, há detalhes da medida anunciada por António Costa que ainda é necessário perceber e analisar com detalhe: “Para reaver a propina é preciso apresentar algum tipo de comprovativo? Um contrato de trabalho? Como é que esse valor é devolvido? Quem devolve?”

É no alojamento – e na falta de oferta para quem estuda deslocado – que a JSD centra as suas críticas, nomeadamente no que diz respeito ao Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior.

“No que diz respeito ao apoio imediato aos estudantes, não toca no essencial. Este governo tem um cadastro gigante, nomeadamente no Plano Nacional de Alojamento do Ensino Superior”, aponta Alexandre Poço. “O governo anda há cinco anos a anunciar as mesmas residências e as residências não saem do papel. São residências de papel, são quartos de papel, que não saem do PowerPoint”.