A sucessão de Merkel tem sido problemática. Dezassete anos de legado não são coisa pouca, e depois de uma sucessora escolhida a dedo para liderar a CDU ter descarrilado, a nova escolha não está melhor. O novo líder, Armin Laschet, está a ser desafiado por Markus Soder, ministro-presidente da Baviera e líder da CSU, que quer liderar a coligação dos dois partidos (“União”) nas eleições de Setembro. Não seria inédito, visto que Merkel já tinha em 2002 perdido a hipótese de se candidatar para o líder dos bávaros, Stoiber.
É um paralelo histórico engraçado, com o centrismo excessivo do partido grande a poder ser engolido novamente pelo conservadorismo mais claro dos bávaros. Soder opôs-se à política de refugiados de Merkel, sendo menos federalista europeu e socialmente mais conservador que a chanceler. Por outro lado, é um candidato mais jovem e modernizador que Laschet, ministro-presidente da Renânia do Norte-Vestefália, que está mais alinhado com o centrismo de Merkel, a chave do seu sucesso duradouro. Só que é pouco carismático e a sua gestão relaxada da pandemia é muito mais criticada que a linha dura de Soder.
Leia o artigo na íntegra na edição impressa do NOVO, nas bancas a 16 de Abril de 2021.
*Consultor Político