No seguimento da visita da Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, à Assembleia da República onde aliás proferiu um discurso e intervenção de grande acuidade e realismo, perante as atuais dificuldades da União Europeia, em particular no tocante à guerra na Ucrânia e à crise de refugiados, tivemos então uma espécie de despertar do PCP para a ribalta parlamentar no pior sentido, destilando novamente um ódio incompreensível, uma posição indefensável relativamente à Ucrânia.
Veja-se bem as palavras ditas posteriormente pela líder parlamentar do PCP sobre a Ucrânia, lido na comunicação social: o Parlamento ucraniano é um simulacro de parlamento, onde não há livre expressão, e a União Europeia tem instigado a guerra.
Isto por si só já seria absolutamente reprovável. Num País devastado pela guerra do invasor e agressor russo, à margem de todos os tratados e direito internacional, uma invasão a um território legítimo, provocando mais de 13 milhões de fugitivos, dezenas de milhares de civis mortos, dos quais lamentavelmente demasiadas crianças, cidades e lugares totalmente destruídos, uma guerra de terra queimada sem quartel. O povo ucraniano, heroicamente, sobrevive e resiste.
Mas não poderia deixar de sublinhar outra tirada absolutamente execrável, inenarrável, sem fundamento, testando os limites de qualquer bom senso e razoabilidade política: o poder político ucraniano é nazi e promove o assassinato da sua população! Isto foi dito pela líder parlamentar do PCP português. Não sei Vladimir Putin alguma vez foi tão longe nos seus discursos propagandistas.
Bem distante destes disparates dos comunistas portugueses, distingue-se a importância da total solidariedade e coesão entre os Estados Membros da União Europeia no apoio à Ucrânia, no apoio à sua causa, ao seu território, à sua cultura, democracia e identidade. O apoio ao seu povo e às suas instituições.
A Presidente do Parlamento Europeu representou bem esse sentimento europeu, um sentimento de repulsa face à injustiça desta guerra, à injustiça das consequências sofridas pelo povo ucraniano, e não há nem pode haver narrativas negacionistas que deitem abaixo essa aliança democrática de vontades, contra a guerra e em defesa da Ucrânia e do seu território.
De acordo com a Comissão Europeia “a UE, os seus Estados-Membros e as suas instituições financeiras, no âmbito de uma abordagem da Equipa Europa, vão disponibilizar 37,8 mil milhões de EUR para apoiar a resiliência económica, social e financeira global da Ucrânia, sob a forma de assistência macrofinanceira, apoio ao orçamento, ajuda de emergência, resposta a situações de crise e ajuda humanitária. Além disso, foram concedidos cerca de 15 mil milhões de EUR em assistência militar, dos quais 5,6 mil milhões de EUR no âmbito do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz. Isso eleva o total do apoio disponibilizado até à data à Ucrânia, desde o início da agressão russa, a cerca de 53 mil milhões de EUR”.
Felizmente pouca gente na Europa tem tempo para ler os dislates do PCP.