97% dos europeus estiveram expostos a ar prejudicial à saúde em 2021

Relatório da Agência Europeia do Ambiente dá conta de mais de 1.200 mortes de jovens com menos de 18 anos causadas pela poluição do ar.

Cerca de 97% da população europeia esteve exposta, em 2021, a ar que não cumpre as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os níveis mais altos foram observados na região do Mediterrâneo e na Europa central.

Já no ano passado, 20 países, incluindo 15 Estados-membros da União Europeia (UE), comunicaram concentrações acima do valor-limite diário.

De acordo com um relatório da Agência Europeia do Ambiente (AEA), publicado esta segunda-feira, a maior parte da população urbana da UE foi exposta, em 2021, a “níveis dos principais poluentes atmosféricos prejudiciais à saúde, apesar das reduções nas emissões”.

“Em particular, 97% da população foi exposta a concentrações de material particulado fino (PM2,5) acima da directriz anual da OMS, de 2021, de 5 µg/m3”, pode-se ler no relatório da AEA.

No mesmo período em análise, o relatório divulga a morte de mais de 1.200 jovens com menos de 18 anos causada pela poluição do ar, pois “as crianças são particularmente vulneráveis à poluição do ar, desde quando estão no útero até quando atingem a idade adulta”.

A poluição do ar causa “asma, redução da função pulmonar, infecções respiratórias e alergias em crianças e adolescentes, além de aumentar os riscos de doenças crónicas em adultos”, alerta a AEA.

De realçar que, sob o plano de acção de poluição zero do acordo verde europeu, a Comissão Europeia estabeleceu a meta para 2030 de reduzir o número de mortes prematuras causadas por partículas finas (PM2.5, um poluente atmosférico chave) em pelo menos 55% em comparação com os níveis de 2005.

Para o efeito, a Comissão Europeia publicou, no ano passado, uma proposta de revisão das directivas de qualidade do ar ambiente, visando, entre outras coisas, alinhar mais de perto os padrões de qualidade do ar com as recomendações da OMS.