Chega Ventura vai a votos “insuflado” pelas sondagens André Ventura vai ser confirmado na presidência do Chega neste fim-de-semana. Sem adversários na quinta convenção, que terá lugar em Santarém, vai a votos com grande ajuda das sondagens, já que o partido foi um dos que mais cresceram nas intenções de voto em Janeiro. Mas os bons resultados não apaziguam as guerras internas. Principais rostos da oposição não marcam presença na reunião magna e dizem não compactuar “com farsas ou actos falhados”
Câmara de Lisboa Palco-altar milionário e “absurdo” deixa Carlos Moedas no olho do furacão Palco-altar para a Jornada Mundial da Juventude, que se realiza em Lisboa no próximo Verão, gerou indignação e controvérsia, fragilizando Carlos Moedas. Muito criticado pela oposição, que se queixa de falta de transparência, e pressionado pelo Presidente da República a rever os custos, o autarca assume as responsabilidades e dá “o corpo às balas”. Igreja confessa-se “magoada” com o preço e prontifica-se a apontar aspectos da estrutura que possam ser eliminados
Capas A primeira página do NOVO Descubra as notícias em destaque em mais uma edição do NOVO Semanário, este sábado nas bancas. Saiba também quem é o protagonista da entrevista do NOVO Magazine, o suplemento que acompanha o seu jornal.
Igualdade de género Movimento MUD@R denuncia que só 32% dos diplomatas são mulheres MUD@R - Mulheres Diplomatas em Rede foi criada este semana e quer promover a paridade na carreira diplomática. Gomes Cravinho apoia.
CUF CUF vai investir 50 milhões de euros na construção de novo hospital em Leiria Esta sexta-feira vai abrir portas a clínica da CUF em Leiria, que teve um investimento de oito milhões de euros.
Leopard: acções do fabricante do tanque alemão são das mais atractivas entre investidores Analistas de mercados têm notado uma enorme apetência dos investidores pelas acções da Rheinmetall, sobretudo desde que se iniciou o envio destes equipamentos para território ucraniano.
Centeno contraria tom em Davos com otimismo quanto à economia europeia O governador do BdP discursou no Fórum Económico Mundial para se mostrar confiante numa surpresa positiva quanto ao crescimento da zona euro na primeira metade deste ano, rejeitando a hipótese de uma recessão causada pela subida de juros.
Ministra da Defesa da Alemanha apresentou a demissão “A concentração dos meios de comunicação na minha pessoa durante meses não permite elaborar relatórios e discussões objectivas sobre os militares, a Bundeswehr [forças armadas alemãs], e orientar políticas de segurança que sejam do interesse dos cidadãos alemães”, afirmou Christine Lambrecht durante a declaração à imprensa, em Berlim.
Óscares Portugal consegue primeira nomeação para os Óscares: “Ice Merchants”, de João Gonzalez, nomeado para Melhor Curta-Metragem de Animação O cinema português fez História esta terça-feira, dia em que foram anunciadas as nomeações para a 95.ª edição dos Óscares. “Lobo Solitário” e “O Homem do Lixo” estavam na shortlist, mas não foram nomeados.
Livros Desafio: ordenar seis homicídios espalhados por 100 páginas O britânico Edward Powys Mathers foi um autor de quebra-cabeças que deixou “A Mandíbula de Caim” como legado literário.
Taça da Liga A final amiga do leão e que o dragão teima em não vencer Em 15 edições, o FC Porto ainda não conseguiu inscrever o seu nome como vencedor e tem tido no Sporting, ganhador de quatro das últimas cinco finais, uma das suas bestas negras.
Desporto Futebolista do Marítimo acusa agente de Bruno Fernandes de o tentar subornar para perder com o Benfica Caso remonta à época 2015/2016 num jogo em que os encarnados venceram nos Barreiros por 2-0, apesar de jogarem quase uma hora com menos um jogador. Proposta teria sido de 30 mil euros caso estivesse disposto a jogar mal e a não rematar.
Ranking divulga melhores culinárias do mundo. Saiba em que lugar ficou Portugal A plataforma TasteAtlas divulgou uma lista com culinárias de 95 países. Itália ocupa o primeiro lugar. O ranking gerou muitas reações nas redes sociais, com vários internautas a não concordar com as escolhas, nomeadamente a insurgir-se contra o facto de os Estados Unidos estarem mais bem colocados do que França.
Opinião Como o capitão Renault perante o altar do Papa O capitão Renault, colaboracionista francês interpretado pelo actor britânico Claude Rains em “Casablanca”, conquistou um lugar entre as personagens marcantes da sétima arte graças à frase “round up the usual suspects”, traduzível por “arrebanhem os suspeitos do costume”. Assim resolvia o representante do regime de Pétain na cidade marroquina qualquer problema de segurança, pois haveria sempre alguém a quem culpar pela perturbação da ordem. Dito isto, nesse clássico de Hollywood, um filme de propaganda que Humphrey Bogart, Ingrid Bergman e o zeitgeist de 1942 elevaram muito acima das expectativas da Warner, existe uma outra frase emblemática proferida pelo capitão Renault. Quando o major nazi ordena que o estabelecimento nocturno de Rick, o norte-americano que “não arrisca o pescoço por ninguém”, seja encerrado, vingando-se por “A Marselhesa” ter silenciado uma canção germânica, o francês diz-se “chocado”, repetindo o “shocked” para enfatizar, que “haja jogo a decorrer ali”, instantes antes de o croupier lhe entregar em mãos “os ganhos da noite”. Advertindo desde logo, para acautelar o risco de acusação de ofensa a figura de Estado ou de excomunhão - mais difícil para quem nem é católico, mas nunca se sabe... -, que não se pretende aqui chamar colaboracionista de nazis a nenhum envolvido na polémica que agita Portugal, as reacções da Presidência da República e da Igreja Católica às notícias sobre o custo do altar-palco que será construído para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) fazem recordar o choque da personagem de “Casablanca” ao ordenar o encerramento do Rick’s Café Américain. Na hora de assumir um gasto de mais de quatro milhões de euros, que subiram até aos cinco (ou mais), graças à empreitada paralela das fundações para edificar a infra-estrutura, Portugal tornou-se um rectângulo de chocados. Após o Patriarcado de Lisboa dizer que o Presidente da República tinha conhecimento do custo do palco, Marcelo Rebelo de Sousa retorquiu que só soube “informalmente”, através dos jornalistas. E logo o bispo auxiliar de Lisboa, D. Américo Aguiar, presidente da Fundação JMJ, disse que, num contexto de dificuldades económicas para as famílias, o valor em causa “magoou-nos a todos”, pelo que será necessário “pedir para serem eliminadas” todas as parcelas do projecto que não sejam essenciais. Até porque a Igreja e a Fundação não se sentiam “na obrigação de saber” o montante da adjudicação. Em terra de capitães Renault, e na presença daqueles a que se costuma designar “suspeitos do costume”, com a intersecção de autarquias e construtoras, ver Carlos Moedas a “dar o corpo às balas” foi uma lufada de ar fresco. Visto que em seu redor já haviam esgotado as reservas de “choque” disponíveis, o presidente da Câmara de Lisboa assumiu que a autarquia gastará um total de 35 milhões de euros, deixou farpas ao antecessor Fernando Medina e ao omnipresente José Sá Fernandes, e assumiu um projecto que não é só seu. Mas que, de repente, assim pareceu.
Opinião O falso impacto dos grandes eventos Sempre que existe a organização de um grande evento aparece algum responsável político a garantir um enorme impacto na economia. Garantem que o impacto na economia corresponde ao número de participantes no evento multiplicado pelos gastos que esses participantes tiverem durante a sua estadia. Nada mais errado. Nenhum desses responsáveis políticos passaria numa cadeira introdutória de análise de investimentos. Vamos por partes. O impacto de um evento no número de turistas numa cidade não é igual ao número de participantes nesse evento. O cálculo deverá ser feito ao acréscimo de turistas em relação ao cenário em que o evento não fosse organizado. Se um evento for organizado numa altura em que a taxa de ocupação for 100% (como habitualmente acontece no pico do Verão), o impacto do evento no número de turistas é exactamente zero porque a cidade já está no limite da sua capacidade. Imaginemos que, num determinado dia de Verão, estão normalmente 50 mil estrangeiros numa cidade, esgotando a sua capacidade hoteleira. É planeado um evento que traz 10 mil pessoas à cidade. Nesse dia continuarão a estar 50 mil turistas na cidade, só que estarão 10 mil no evento e menos 10 mil fora do evento. Neste caso, o efeito do evento no número de turistas é zero. Este evento teria zero impacto no número de turistas. Há ainda um efeito adicional. Muitas pessoas, quando escolhem um destino de viagem, preferem países/cidades onde não tenham ido ainda. Isto quer dizer que muitas das pessoas que visitam um país para um grande evento deixarão de vir noutra altura. Se a altura em que teriam vindo, caso não houvesse o evento, fosse fora do pico do Verão, isto resulta, na prática, numa redução do número de turistas numa cidade em resultado do evento. A cidade terá o mesmo número de turistas no Verão que teria sem o evento, mas deixará de ter alguns na Primavera, em que a ocupação hoteleira não está a 100%. Depois há a questão dos gastos desses turistas adicionais. Mesmo que haja um acréscimo de turistas em resultado do evento, o valor acrescentado por esses turistas não corresponde à sua despesa total. A esse valor temos de subtrair todos os custos incorridos para prestar esses serviços e vender esses bens. Ou seja, um evento organizado no Verão, em Lisboa, dificilmente trará valor económico à cidade ou ao país (poderá haver outros, mais subjectivos, dependendo do evento em questão). Mesmo aqueles eventos organizados fora do Verão estão muito longe de terem o impacto correspondente ao número de participantes multiplicado pela sua despesa. Quem acompanhava política há 20 anos lembrar-se-á das promessas de crescimento futuro através da organização de grandes eventos. Houve, desde essa altura, uma política deliberada de investimento na organização de grandes eventos. Esta foi também uma altura de estagnação económica e de crises consecutivas de finanças públicas. Não foi coincidência. Apesar disso, a tentação continua. Os eventos são as raspadinhas dos políticos portugueses.
Figura da Semana Carla Alves: mais lhe valia não ter sido secretária de Estado da Agricultura por um dia Pertenceu aos quadros da Câmara de Vinhais durante 23 anos, incluindo 12 em que o presidente da autarquia transmontana era o seu marido, Américo Pereira.