O próximo livro do escritor Francisco Moita Flores, “Um Enfarte no Alto do Parque”, vai reconstituir o que aconteceu na última edição da Feira do Livro de Lisboa, quando um enfarte lhe provocou morte súbita. Só sobreviveu por ter sido reanimado pelo cardiologista David Cavaco, autor do prefácio da obra, que será lançada a 14 de Março pela Casa das Letras, pois esse médico encontrava-se no Parque Eduardo VII, a comprar livros na Praça Leya, e reagiu de imediato.
“Escrevi esta breve história para colocar a minha experiência ao serviço de todos. É, no sentido literal do termo, uma dádiva do coração. E a lição mais rude que aprendi. Não abuse do sal. Nem das gorduras, nem dos açúcares. E muito menos dos cigarros”, escreveu Moita Flores na sua página de Facebook, onde se descreve como um “pobre escritor, apaixonado por presunto, enchidos e torresmos.”
O antigo inspector da Polícia Judiciária e presidente da Câmara de Santarém, e actual comentador televisivo, garante ter escrito em “Um Enfarte no Alto do Parque” uma história “que é a minha história de pecados”, recomendando aos leitores “que se cuidem e não sejam descuidados como eu fui”.
Mas também deixa um desafio para contrariar a estatística de que apenas 5% das vítimas de morte súbita conseguem sobreviver fora de contexto hospitalar: “Exortem as vossas empresas, as instituições onde trabalham, a organizar cursos de reanimação. O primeiro passo para nos salvarmos e, sem abusar, continuarmos, uma vez por semestre, a matar saudades de uma feijoadazita à transmontana.”
Francisco Moita Flores sofreu um enfarte do miocárdio a 11 de Setembro de 2022, num domingo em que estava a dar autógrafos na Praça Leya, na Feira do Livro de Lisboa. Levado para o Hospital de Santa Marta depois de ser reanimado no local, foi submetido a uma cirurgia de urgência, da qual recuperou, tendo festejado o 70.º aniversário nesta quinta-feira.