O Twitter suspendeu esta quinta-feira à noite as contas de vários jornalistas de publicações internacionais de renome sem qualquer explicação, embora o novo proprietário da rede social, Elon Musk, tenha dado a entender que o motivo se devia à divulgação de dados sobre o seu jato privado.
Entre os alvos da suspensão estão as contas oficiais de Donie O’Sullivan, da estação televisiva CNN, Ryan Mac, do jornal norte-americano “New York Times” e Drew Harwell, do “Washington Post”, entre outros profissionais de comunicação social que têm escrito sobre o CEO da Tesla nas últimas semanas.
No Twitter, Elonk Musk descreveu-os como “jornalistas” (literalmente entre parênteses) e escreveu que as regras sobre o doxxing (partilha de localização em tempo real) “são iguais para todos”, referindo-se ao facto de qualquer violação sobre privacidade dos utilizadores ter consequências.
No entanto, segundo a agência Reuters, são se sabe ao certo se os jornalistas violaram essa política de anti-doxxing do Twitter e partilharam a localização do jato privado de Elon Musk com base na conta @ElonJet, onde se pode seguir os voos do bilionário. A CNN noticia esta sexta-feira que o seu trabalhador, Donie O’Sullivan, não fez essa partilha.
A presidente da Sociedade dos Jornalistas Profissionais, uma organização dos Estados Unidos, reagiu à suspensão, mostrando-se “preocupada”, na medida em que “afeta todos os jornalistas”. “A ação do Twitter afeta todos os jornalistas e vai contra a promessa de Musk em defender a liberdade de expressão na plataforma. Continuaremos a monitorizar a situação e a defender o jornalismo e a liberdade de expressão em todas as plataformas”, referiu Claire Regan, em comunicado divulgado no Twitter.
Elon Musk caracteriza-se como absolutista da liberdade de expressão e no final de abril, no dia em que anunciou a aquisição do Twitter por 44 mil milhões de dólares, fez o seguinte tweet: “Espero que até os meus piores críticos continuem no Twitter, porque é isso que significa liberdade de expressão”.
