Donald Trump tornou-se no primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a enfrentar acusações criminais, depois de ter sido formalmente acusado por um grande júri, num processo que há cinco anos vinha a ser investigado.
“Contactámos esta noite o advogado de Donald Trump para coordenar a sua rendição ao Ministério Público de Manhattan, para ser indiciado de uma acusação do Supremo Tribunal, que permanece selada”, revelou um porta-voz de Alvin Bragg, o procurador distrital.
Esta rendição deverá servir para registar a fotografia de Donald Trump e recolher as suas impressões digitais.
Em causa estão suspeitas de em 2016 ter pago 130 mil dólares (cerca de 121 mil euros) a Stormy Daniels, uma antiga actriz pornográfica, para não revelar a relação extraconjungal que mantiveram.
De acordo com a investigação, este pagamento foi realizado nas vésperas das eleições presidenciais por Michael Cohen, à altura advogado de Donald Trump. Foi Cohen que, durante o seu próprio julgamento sobre violações do financiamente da campanha presidencial, revelou o caso.
Reagindo à acusação, Trump falou em “perseguição política” e “caça às bruxas”, afirmando-se “completamente inocente” e acusando o Ministério Público de Manhattan de “flagrante interferência eleitoral”.
Ainda não são conhecidas as acusações que Donald Trump irá enfrentar, uma vez que também está a ser alvo de uma investigação federal e outra estatal na Geórgia sobre as tentativas de anular os resultados das eleições de 2020.
O ex-presidente também foi alvo de tentativa de impeachment durante a sua presidência: uma sobre um esquema de ajuda à Ucrânia em troca de uma investigação sobre Joe Biden; e outra sobre as sua tentativas de não aceitar os resultados das eleições presidenciais de 2020.