Com as energias renováveis pouco desenvolvidas e perante as privações no fornecimento do gás vindo da Rússia, a Alemanha está a equacionar manter activas as suas centrais nucleares. Os germânicos temem uma crise energética, pelo que Berlim deverá tomar uma decisão nas próximas semanas.
O anúncio foi feito esta quarta-feira por Olaf Scholz, chanceler alemão. De visita à Siemens Energy, empresa que reparou uma turbina do gasoduto Nord Stream 1, o líder explica que as centrais nucleares apenas fornecem 6% da electricidade consumida na Alemanha, mas “ainda podem fazer sentido”.
Isto porque o país tinha decidido eliminar gradualmente a energia nuclear e a carvão até ao final deste ano, substituindo-as por energias renováveis, mas o seu desenvolvimento está a ser mais lento do que o esperado.
São três as centrais nucleares alemãs ainda activas, na Baviera, Baixa Saxónia e Baden-Württemberg. A questão de prolongar o seu uso divide a coligação de Governo, com os Verdes a mostrarem cepticismo, o Partido Social Democrata, de Olaf Scholz, a posicionar-se de uma forma mais reservada e os liberais do FDP, juntamente com a conservadora União CDU-CSU, na oposição, a defenderem a manutenção deste tipo de energia.
Durante a visita, Olaf Scholz acusou a Rússia de ser responsável por bloquear a entrega da turbina do gasoduto que fornece gás à Europa. A Rússia reduziu as entregas de gás ao velho continente em Junho e Julho, argumentando que o gasoduto não poderia funcionar normalmente sem que uma turbina fosse reparada no Canadá e garantindo que esta não tinha voltado ainda a Moscovo, por causa das sanções impostas pelo Ocidente após o ataque russo à Ucrânia.
A Alemanha e o Canadá concordaram em levar o equipamento de volta à Rússia, mas a turbina ainda não chegou ao seu destino final.