ONU pede pressão internacional contra repressão em Mianmar

Alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos defende que a comunidade internacional deve aumentar a pressão sobre a junta militar birmanesa para acabar com a repressão violenta e restaurar o poder civil.



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A poucos dias de o golpe de Estado em Mianmar completar um ano, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos considerou que a comunidade internacional deve aumentar a pressão sobre a junta militar birmanesa para acabar com a repressão violenta e restaurar o poder civil em Mianmar (ex-Birmânia).

“O povo birmanês pagou um preço elevado em vidas e liberdades e continua a defender incansavelmente a democracia”, disse esta sexta-feira, em comunicado, Michelle Bachelet.

A alta comissária da ONU pediu aos governos que se juntem ao apelo por “uma restauração dos direitos humanos e da democracia em Mianmar”.

Pelo menos 1500 pessoas foram mortas pelas forças de segurança birmanesas desde o golpe militar de 1 de Fevereiro de 2021, um número que, segundo o Gabinete das Nações Unidas para os Direitos Humanos, não inclui milhares de mortes devido à intensificação dos conflitos internos.

A perseguição de minorias étnicas e religiosas como os rohingya, os julgamentos sem garantias para os opositores políticos ou os ataques indiscriminados, incluindo bombardeamentos, “mostram o grave desrespeito [do actual regime] pela vida humana”, afirmou a alta comissária.

O Gabinete das Nações Unidas documentou nos últimos 12 meses a detenção arbitrária de mais de 11 mil pessoas por manifestarem a sua oposição ao regime militar, das quais mais de 8 mil permanecem sob custódia.

“O povo birmanês mostrou extraordinária coragem e resiliência em defender os seus direitos humanos mais básicos e apoiar-se mutuamente. Agora é a comunidade internacional que deve mostrar determinação em apoiá-los com acções concretas para acabar com esta crise”, defendeu.

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