“Não basta empresas estarem conscientes da relevância da saúde mental”

Em Portugal para o balanço do programa “Por ti”, que promove o bem-estar mental nas escolas, Gregory Renand explica que a pandemia fez com que a importância da saúde mental fosse reconhecida, mas é preciso, apela, passar das palavras à acção. O líder da Z Zurich Foundation frisa que a prevenção é essencial, mas alerta que os orçamentos apostam pouco nessa vertente.

Num único ano lectivo, 19 mil alunos portugueses, mais de mil professores, 700 assistentes operacionais e quase 800 famílias beneficiaram do “Por ti”, programa financiado pela Z Zurich Foundation que quer promover o bem-estar mental nas escolas. De visita a Portugal para este primeiro balanço, Gregory Renand, líder dessa instituição de solidariedade fundada pela seguradora Zurich, falou com o NOVO sobre a importância da saúde mental entre os mais jovens, mas também nas empresas. E deixou um apelo: é preciso passar das palavras à acção. Isto com um foco especial na prevenção dos problemas deste foro, defende o responsável.

Comecemos pelo programa “Por ti”. Porque decidiua Zurich criar esta iniciativa?
A Fundação Z Zurich foca-se em ajudar as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade através de quatro prioridades. A primeira, é a adaptação às mudanças climáticas. Ajudamos as comunidades através da prevenção, por exemplo, face aos riscos de cheias, de ondas de calor e de fogos. Também ajudamos as comunidades a liderarem melhor com as grandes crises, de uma perspectiva de ajuda humanitária. Em paralelo, apoiamos os jovens em dois assuntos muito importantes. Ajudamos os jovens vulneráveis, no que diz respeito ao bem-estar mental e à entrada no mercado de trabalho, através da educação, estágios e outras formas de orientação. A saúde mental dos jovens é uma questão global. Já era antes da pandemia, e em resultado da covid-19 está agora agravada.

Já se focavam nesta área antes da covid-19?
Já éramos muito activos, quanto às questões ligadas à juventude, bem-estar e inclusão. Perguntamo-nos a nós mesmos como poderíamos apoiar os jovens. Sentimos que a saúde mental e a prevenção de problemas a esse nível eram as áreas em que podíamos ter o maior impacto. Só 2% dos orçamentos públicos da saúde são dedicados à saúde mental. É uma pequena porção dos gastos médios do Governo.

Está a referir-se ao Orçamento português?
É uma média. Dentro dos 2%, a maioria dos investimentos está focada na recuperação, isto é, nos cuidados e no tratamento. Não há muito feito ou, pelo menos, não o suficiente no lado da prevenção. Portanto, sentimos que essa era uma questão à qual poderíamos dar o nosso apoio.

Leia o artigo na íntegra na edição do NOVO que está, este sábado, dia 27 de Maio, nas bancas.

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