Recep Tayyip Erdogan estará muito perto de ser reeleito para mais um mandato de cinco anos como Presidente da Turquia, na segunda volta das eleições presidenciais, que se realizam este domingo, 28 de Maio, depois de ter ficado a menos de cinco décimas de garantir a reeleição à primeira volta, de o seu partido – o Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP) – ter sido o mais votado e de a aliança partidária que lidera ter conquistado a maioria absoluta, e de, agora, o terceiro contendor da primeira volta lhe ter declarado apoio.
O Supremo Conselho Eleitoral turco confirmou que Erdogan obteve 49,52% dos votos na primeira volta, destacando-se 4,64 pontos percentuais de Kemal Kiliçdaroglu, presidente do Partido Popular Republicano (CHP) e líder de uma aliança de seis partidos da oposição, contrariando as sondagens e a leitura dos analistas, que davam vantagem a Kiliçdaroglu e indiciavam uma mudança, não só no novo palácio presidencial, mas também no Parlamento, que acabou por ver confirmada uma maioria absoluta liderada pela Aliança do Povo, com 323 deputados num hemiciclo de 600 lugares, mesmo se o AKP perdeu 27 mandatos, para 268.
A possibilidade de existir instabilidade declarada acabou por não se verificar e, agora, com a expectativa da reeleição de Erdogan, os analistas consideram que também não se deverá verificar, a não ser que exista um volte-face inesperado.
Ainda nas presidenciais, Sinan Ogan, nacionalista e antigo membro do movimento MHP, um aliado do AKP, conquistou 5,17%, e agora endossou Erdogan, destacando a importância da estabilidade política, com o Presidente a beneficiar do apoio de uma maioria parlamentar. Uma posição mais dura relativamente ao repatriamento de refugiados sírios e na forma de lidar com a questão curda também motivaram o endosso.
Muharrem Ince, que desistiu dias antes das eleições, mas ainda surgiu nos boletins de voto, obteve 0,43%.
No primeiro mandato presidencial depois da alteração da Constituição, Recep Tayyip Erdogan foi eleito à primeira volta com 52,59% dos votos.
Se reeleito e se cumprir o mandato até ao final, Recep Tayyip Erdogan completará 25 anos no poder, como primeiro-ministro e como Presidente – mais uma década do que Kemal Ataturk, fundador da República da Turquia e promotor de reformas que estruturaram a Turquia moderna. RSF
