As forças russas voltaram a bombardear Kiev na noite de ontem, de acordo com a administração civil e militar da cidade, que afirmou que todos os mísseis foram interceptados e destruídos.
“Mais um ataque aéreo a Kiev, o 13.º consecutivo desde o início de Maio. E como sempre, à noite”, afirmou a administração na plataforma Telegram.
“De acordo com informações preliminares, todos os alvos inimigos no espaço aéreo de Kiev foram detectados e destruídos”, acrescentou, indicando que os mísseis de cruzeiro foram lançados por bombardeiros estratégicos Tu-95MS a partir da região do mar Cáspio.
No ‘briefing’ diário da manhã, o Estado-maior ucraniano contabilizou 55 ataques aéreos russos no último dia, incluindo 36 por ‘drones’ [veículo aéreo não tripulado] com explosivos e quatro ataques com mísseis.
“Um míssil S-300 atingiu uma barragem na área de Karlivka, na região de Donetsk (leste)”, disse o Estado-maior. “Como resultado, há um grande perigo de inundação das comunidades vizinhas”, acrescentou.
Por outro lado, na Rússia, “uma detonação” causou danos num edifício em Krasnodar, cidade próxima da Crimeia, sem causar vítimas, disseram as autoridades locais citadas pela agência de notícias russa Ria Novosti.
Um meio de comunicação social pró-russo, Readovka, publicou uma fotografia no Telegram de um edifício com o último andar e o telhado danificados.
“A causa do incidente está a ser investigada”, afirmou o presidente da câmara de Krasnodar, Yevgeny Naumov, no Telegram, acrescentando que o telhado de um edifício vizinho também tinha sido danificado.
Scholz pronto para retomar contacto com Putin no “momento certo”
O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse hoje estar pronto a retomar o contacto, “no momento certo”, com o Presidente russo, Vladimir Putin, sobre a Ucrânia.
“Já passou algum tempo desde a minha última conversa telefónica. Mas quando chegar a altura, tenciono voltar a falar com Putin”, declarou Scholz, numa entrevista publicada pelo diário Koelner Stadt-Anzeiger.
No que diz respeito à resolução do conflito, “a Rússia deve compreender que não se trata de selar uma espécie de paz fria, que veria a atual linha da frente tornar-se a nova fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, pois isso só legitimaria a expedição criminosa de Putin”, insistiu Olaf Scholz.
“Pelo contrário, deve ser alcançada uma paz equitativa e a condição para isso é a retirada das tropas russas” da Ucrânia, após a invasão que começou em Fevereiro de 2022, acrescentou.
No entanto, o chanceler alemão escusou-se a dizer se essa retirada devia incluir também a Crimeia, ocupada desde 2014, por considerar caber à Ucrânia definir exactamente o que pretende.
Olaf Scholz e Vladimir Putin falaram ao telefone pela última vez, durante uma hora, em Dezembro de 2022.
Nessa altura, o chefe do Governo alemão instou o chefe de Estado russo a retirar as tropas da Ucrânia, sem sucesso, enquanto Vladimir Putin acusava o Ocidente de prosseguir “políticas destrutivas”.
Desde então, as relações bilaterais têm estado no ponto mais baixo de sempre. A guerra na Ucrânia obrigou a Alemanha a uma reviravolta diplomática e económica, depois de décadas de laços mais estreitos com a Rússia.
Antes da invasão da Ucrânia, Moscovo era o principal fornecedor de gás e de petróleo da Alemanha.
Depois da invasão da Ucrânia, a Alemanha decidiu também investir maciçamente nas forças armadas, rompendo uma longa tradição de pacifismo no país, na sequência da Segunda Guerra Mundial.