Joana Santos: “A cultura é necessária, ponto. Um país sem cultura é um país vazio”

Foi no ambiente muito peculiar da Cinemateca que Joana Santos, de 37 anos, falou ao NOVO sobre o filme que chegou na última quinta-feira às salas de cinema. “Vadio” é o filme, realizado pelo companheiro, Simão Cayatte, que retrata a a crucificação de uma mãe por parte da sociedade. Nesta entrevista, a actriz fala das suas inseguranças antigas, da sua eterna Diana da telenovela “Laços de Sangue” e da promoção que os actores portugueses merecem devido ao seu talento. Pede mais iniciativa privada para o cinema português e revela que a vocação para a cozinha está, por ora, em standby.

Iniciou-se muito jovem como modelo, mas ser actriz era o seu destino final?
É verdade, é verdade. Foi com 14 anos, participei no Elite Moda Look. Foi uma coisa que aconteceu, foi por acaso, e que acabou por me dar imenso jeito. Porque ia ganhando o meu dinheirinho.

Mas não era esse o objectivo final?
Não, acabou mesmo por acontecer. Lembro-me de ter sido abordada algumas vezes na rua - e a minha mãe: “Não, nem pensar.” Depois começou a ver que a abordagem já tinha acontecido algumas vezes e, aos 14 anos, perguntou-me: “Queres participar no concurso?” Não me incentivou mas, como já havia abordagens desde os 12 anos, aos 14 perguntou-me se eu queria.

E essa foi a porta de entrada para a representação?
Acabou por ser porque, aos 14 anos, quando entrei no Elite Moda Look, tínhamos aqueles cursos de como aprender a desfilar, a fotografar, e também tínhamos expressão dramática. E aconteceu que, numa dessas aulas, a directora gostou do que viu e chamou-me para um casting para a NBP, e eu não fazia ideia do que era a NBP na altura. Pensava que era um banco. Não tinha noção nenhuma do que era este mundo e não fui ao casting. Deram-me na cabeça, na altura, mas também acho que, se calhar, foi porque não tinha de acontecer naquele momento. Não era o momento certo. E depois, mais tarde, eu estava a estudar Economia...

Era esse o plano A?
Era o plano A, mas um plano muito... sentia-me muito angustiada porque não fazia ideia do que estava ali a fazer, o que queria ser...

Estava a custar?
Estava, porque acho que, realmente, a preparação não era a certa. Era muito jovem e, de repente, ter de escolher o que queria ser para o resto da minha vida...

Esse é um bocadinho o problema dos jovens?
É. Com 18 anos, de repente, temos de ir para a faculdade e vamos estudar aquilo. E mesmo quando vamos para o secundário... eu fui para o secundário com 14 anos porque, na 1.ª classe, entrei com cinco anos. Foi tudo muito cedo e, com 14 anos, termos de escolher um agrupamento daquilo que temos de fazer para o resto da vida é muito precoce e acabamos por nos sentirmos muito perdidos. E foi, realmente, aquilo que me aconteceu, porque lembro-me que, quando entrei para o 10.º ano, queria ir para artes, mas, na altura, com a directora de turma, fui quase um bocadinho por exclusão de partes: “Artes não, Joana, porque não te vai dar saídas nenhumas.” E, às tantas, fui por aquilo que me ia dar mais saídas, mas não era aquilo que eu queria realmente ser.

Era boa a Matemática?
Tive de aprender a ser, mas não é mesmo a minha praia.

E como ficou a Economia no meio disso tudo?
A Economia ficou no 12.º ano.

Nunca mais retomou os estudos?
Não.

Porquê?
Porque depois, no 12.º ano, acabo por fazer um espectáculo de final de ano quase obrigada pelos meus colegas. E é engraçado porque foi a minha própria professora de Economia que me veio dizer: “Joana, tu tens jeito para representar, já pensaste nisso?” E, às tantas, fiquei com aquilo na cabeça. Na agência, acabam por me chamar para um casting para a NBP. Dessa vez fui, com 18 anos, e pronto, foi a partir daí que tudo começou. O chamamento ou a decisão de ser actriz chegou tarde. Sim, acabou por começar aos 19 anos, quando acabo por fazer uma novela na TVI e, a partir daí, continuei.

Foi muitas vezes vilã.
É verdade.

Aquela personagem Diana em “Laços de Sangue” marcou muito do seu percurso e carreira?
Aliás, eu comecei a ser escolhida para ser vilã noutras novelas por causa desta personagem. Esta personagem marcou-me muito, até porque eu, quando fui escolhida para fazer casting...

Não era para ser a Joana a fazer de Diana...
Na altura, não tinha bem noção dessa parte, mas acho que não.

Era para ser a Sofia Ribeiro e, antes, a Cláudia Vieira, que estava grávida.
Essas partes, nunca sabemos o que é verdade ou não é. Nunca me disseram directamente “não eras para ser tu”. Fiz um casting e foi numa altura realmente importante, porque estava sem trabalho e estava a ponderar se isto realmente fazia sentido. Falei com uma amiga, estava a sentir-me meio perdida, não sabia se fazia sentido continuar e acabámos por fazer um projecto muito giro, um projecto multicultural em que agarrámos num palacete em Campo de Ourique. Tínhamos mural de graffiti, performances, pessoas que quisessem expor a sua arte ali, e eu acho que uma coisa encadeou a outra. Eu, de repente, comecei a ter também mais pensamentos positivos. Ia fazer alguma coisa e não me deixava abalar, “ai, não tenho trabalho”. E às tantas fui chamada para fazer uma participação pequenina na “Cidade Despida”, para a RTP. E a Patrícia Sequeira, que era a directora do projecto, gostou do que viu e depois acabei por fazer este casting para os “Laços de Sangue”, e a coisa acabou por correr bem porque a SP gostou do que viu e a TV Globo também gostou muito.

O Aguinaldo Silva?
Exactamente. E, de repente, tenho este papel desta Diana que, hoje em dia, passados 13 anos, continuam a falar-me desta personagem.

Não consegue largá-la?
Ela não me larga. [risos] Mas foi muito interessante, correu muito bem. Eu acho que a novela era realmente muito boa e houve uma viragem na SIC em que esta co-produção com a TV Globo... a novela estava muito bem escrita, era o Pedro Lopes e o Aguinaldo Silva a escrever. Houve muito cuidado a fazer esta novela e eu acho que isso também foi o que sobressaiu, as pessoas gostaram. As coisas acabavam em gancho, o espectador queria ver o episódio seguinte.

Na altura ganhou o prémio de Actriz Revelação da TV7Dias. Sim, sim. Mas a novela também ganha um Emmy. O que foi mais importante para si, o prémio individual ou a novela ser reconhecida a nível internacional?
Ai, foi a novela ter sido reconhecida a nível internacional. Sem dúvida. Ninguém estava à espera... é aquela coisa portuguesa, somos mais pequeninos, não temos hipótese. E, de repente, a novela ganha o Emmy.

Depois fez o remake de “Dancin’ Days”, uma novela com a chancela da Globo, e também começa a aparecer no cinema. Isso foi um impulso grande que dava para perceber, em definitivo, que fazia parte do mundo da representação?
É, exactamente. Durante muitos anos sentia-me... como hei-de dizer? O facto de ter começado pelas novelas, de não ter ido estudar para o conservatório e ter continuado sempre a trabalhar, senti durante muito tempo “eu não faço parte, não mereço estar aqui”. E as coisas não são bem assim, porque há muitos actores no mundo inteiro que não foram para o conservatório, que começaram a trabalhar e a mostrar o seu valor. Mas sentia que havia alguém que a olhasse assim? Não, eram mesmo os meus olhos. “Eu não mereço estar aqui.” Tinha, às vezes, um bocadinho um complexo...

Não é de inferioridade?
É, sim, [risos] mas tem um nome específico de que não me recordo. Mas é assim de inferioridade. Com a idade e com a maturidade, as coisas vão acalmando e, hoje em dia, já não penso tanto assim.

Mas depois esteve a estudar no Brasil?
Não. O que aconteceu foi que, depois dos “Laços de Sangue”, para preparar a personagem do “Dancin’ Days” e como o meu namorado era brasileiro, eu acabei por ir para lá e estive a trabalhar com a Laís Correia, que era a preparadora de elenco dos “Laços de Sangue” e ia ser do “Dancin’ Days”, e fizemos um trabalho superintensivo, que é uma grande mais-valia em televisão. Eu tinha 26 anos e ia interpretar uma mulher com 35, mãe de uma miúda de 16 anos, que era a Joana Ribeiro. Era muito difícil encaixar. Aquele papel tinha sido interpretado pela Sónia Braga, que tem outro peso. Eu tinha uma carinha de menina de 26 anos e foi-me um bocado difícil encaixar este papel, confesso.

Vamos falar de “Vadio”, o segundo filme que faz sob a direcção do seu companheiro, Simão Cayatte. De que filme estamos a falar e o que podem esperar as pessoas quando forem vê-lo ao cinema?
O “Vadio” é um filme... Quando começo a falar do “Vadio” tenho de ir com pezinhos de lã porque também não quero desvendar muito. É um filme que retrata a vida de duas pessoas que acabam por ser muito solitárias: o André e a Sandra. Eu sou a Sandra. Ele vive com o pai, um homem que também não sabe ser pai. E acabam por se esconder um bocado da sociedade e a Sandra não se esconde da sociedade, mas é um bocadinho... crucificada pela sociedade. É uma mulher que carrega o peso do mundo às costas. É mãe solteira de uma miúda de cinco anos, é professora, não tem ajuda absolutamente nenhuma. E há um dia em que comete um erro e é crucificada por este erro, em vez de ser ajudada. E isso é um bocadinho o que acontece normalmente às pessoas que cometem erros. Em vez de serem ajudadas, são logo crucificadas. Neste caso, no sítio onde ela trabalha, pela própria mãe. Eu acho que as pessoas vão conseguir sentir a dor desta mulher.

E ficar do lado dela?
Não sei se ficam do lado dela. Acho que, aí, cada pessoa tem a sua maneira de pensar. Se calhar há pessoas que podem ficar do meu lado, há pessoas que podem ficar do lado da mãe da Sandra. Mas, aqui, a questão é mesmo ser mãe. As mães não podem cometer erros. Neste caso, o pai dele também comete um erro, mas isso quase não é importante, passa ao lado. É mau pai. A mãe, quando é má mãe, não pode falhar. E é um bocadinho isto. Esta personagem não pode falhar. Deu-lhe gozo fazer o filme?Deu-me muito gozo. O Simão começou a escrever esta história em 2016. Quando me fez o convite senti uma grande felicidade mas, ao mesmo tempo, uma grande responsabilidade. O protagonista é o Rúben, a história é levada por ele e, de repente, eu apareço, mas acabamos depois por levar os dois a história. É um papel com uma grande responsabilidade. E, depois, trabalhar com o Simão é muito fácil.

Como é trabalhar com alguém com quem se partilha uma história de vida e se tem dois filhos em comum? É um bocadinho difícil distinguir uma coisa da outra? Para vocês é fácil?
Eu li um livro da Teolinda Gersão e apaixonei-me por uma das histórias dela. E comecei a falar com o Simão e ele disse: “Vamos fazer uma curta disto.” E eu acabei por estar na parte de trás das câmaras, a ajudar no que podia, fiz guarda-roupa. O Simão tem uma facilidade gigante em colocar por palavras aquilo que quer. É muito conciso, tem uma inteligência emocional muito grande e consegue dizer ao actor aquilo que pretende de cada cena. Então, acaba por ser muito fácil esta dinâmica. Por exemplo, agora no “Vadio”, não era ele dizia e estava tudo perfeito. Também dizia que “se calhar, a Sandra podia ir mais por este caminho”. Mas, como é óbvio, a palavra final é sempre do realizador. Às vezes ficava um bocadinho, “ah, não era bem isto que eu queria fazer, no final vou falar com ele”. E, no final do dia, aquilo que eu queria falar com ele, que achava que era enorme, afinal era tão pequenino que já não era preciso falar sobre aquilo.

Mas quando chegam a casa e estão a tratar dos vossos filhos falam sobre trabalho?
Temos de falar. Acabas um dia, voltas para casa e queres perceber como foi o dia. Nós estamos a conversar na cozinha e eles estão ali ao nosso lado, a brincar, e interrompem-nos e damos-lhes atenção e voltamos à nossa conversa, e é assim que se gere esta dinâmica.

Houve uma confusão em que terá sido mal interpretada e que foi ventilado que ia despedir-se da televisão...
Isso é muito engraçado. Eu, na altura, gozei com isso a dizer que ia pedir a reforma antecipada... Não sei onde foram buscar isso. Se calhar é quando eu digo que faço uma pausa porque não acabo uma novela e vou fazer logo outra a seguir. Normalmente, não faço duas novelas seguidas para não me cansar a mim e não cansar o espectador de estar sempre a ver-me. E, realmente, nunca aconteceu. Agora, dizer adeus à televisão? Até porque a televisão não é só telenovelas, também existem séries.

Se pudesse dava mais prioridade ao cinema, à televisão...?
Dar prioridade ao cinema, infelizmente, em Portugal é um bocadinho difícil. Eu comecei na televisão, gosto muito de fazer televisão. Todos os dias de manhã, quando entro no carro e vou para o meu trabalho, estou feliz. Mas o cinema, para mim, é onde se tem tempo para explorar.

Não há aquela pressão temporal,é isso?
Isso.

Tem feito teatro?
Em 2019 fui fazer um workshop com a Mónica Calle - estava grávida da minha filha - porque estava a precisar. Na gravidez do meu filho queria fazer coisas com as mãos e então comecei a tirar um curso de costura. Na gravidez da minha filha tentei voltar a isso e, de repente, pensei que tinha perdido o jeito. E precisava de explorar mais o corpo em vez da palavra, enquanto actriz. Então fui fazer este workshop, que se chamava “O Escuro que te ilumina”. Este workshop mexeu muito comigo, porque era esta coisa que eu estava a dizer destas minhas inseguranças, esta escuridão que, ao mesmo tempo, acaba por levar a algum lado. E, na altura, fui fazer este workshop muito a medo. Porque, lá está, era aquela coisa “ai, se calhar não pertenço aqui”. “Pertences e vais fazer isto.” Senti-me superacolhida, não havia diferença nenhuma, e acaba por ser tudo quase da minha cabeça. E, no final do workshop, a Mónica Calle veio convidar-me para integrar um espectáculo, “Ensaio para Uma Cartografia”, que ela já fez desde 2014. E foi das melhores coisas que me aconteceram em 2019. Acabei o “Vadio”, que já é de 2019, e, de repente, no final do ano, estou a fazer este workshop e vou para Montpellier, para um festival de teatro, com este espectáculo, 12 mulheres nuas em palco com a minha filha dentro de mim. Foi das coisas mais espectaculares.

Gosta de fazer teatro?
Gosto muito, este espectáculo não tem palavra. É uma coisa muito física, de empoderamento, uma coisa quase animalesca. São duas horas de espectáculo de força física. E pronto, em 2019 fiz esse espectáculo, pôs-se a pandemia, a minha filha nasce, faço outra novela e agora, mais recentemente, volto a fazer este espectáculo, sempre em mutação, porque ela acaba por acrescentar cenas, retirar outras. No ano passado, em Setembro, fizemos uma digressão. Fomos ao Brasil, à Noruega, à Roménia.

Para si, o ideal é haver uma certa dinâmica e ir intercalando entre os vários géneros.
Exactamente. Houve uma altura em que achava que era só uma coisa, e não sou. Esta coisa de catalogar as pessoas, os actores...

Há muito essa tendência em Portugal?
Há um bocadinho. Mas espero que comece a desaparecer cada vez mais. Eu faço teatro, faço cinema, faço televisão, e até agora tem corrido bem.

Esteve muitos anos na SIC até ir para a RTP fazer a “Auga Seca”. E essa série, depois, entrou no catálogo do HBO. Considera que o streaming pode ser mais uma porta para dar a conhecer a qualidade dos actores portugueses?
Completamente. E isso está a acontecer cada vez mais. Temos actores muito bons em Portugal e é necessário abrir portas para sermos reconhecidos. Essa série “Auga Seca”, o “Glória”... Há um evento que é feito em Portugal, o Passaporte, que é feito através da Academia de Cinema, em que vêm vários directores de casting de outros países conhecer os actores portugueses. É um evento anual que faz todo o sentido isto acontecer.

Não sente que há uma falta de promoção das coisas feitas em Portugal além-fronteiras? Há várias séries escandinavas em que o idioma é tão complicado como o português e têm tanto sucesso...
É verdade, eu acho que tem a ver também, sim, com a promoção. É esta coisa de o português sentir que não vai conseguir, não sei. Mas acho que está a mudar. Está a ser lento, mas acho que estamos a conseguir, acho que vamos conseguir chegar além-fronteiras.

Não sente, por exemplo, que o cinema português estámuito dependente de subsídios? Como se pode alterar isso?
Eu acho que, se tivermos também apoios privados, como o Brasil tem, acabamos por conseguir produzir mais cinema. Há muita gente que diz que os portugueses não gostam do cinema português. Fomos habituados a consumir pouco português, no cinema, na música. Levámos com muita coisa estrangeira, principalmente americana. E acabamos por deixar um bocadinho de lado o que é nosso. E, depois, também tem a ver com estratégias de marketing para vender aquilo que é nosso.Portugal está a atravessar uma grave crise, a inflação a subir, as pessoas com menos poder de compra.

Como pode a cultura sobreviver em Portugal não sendo, vamos lá, uma prioridade?
A cultura é necessária, ponto. E se formos ver em países muito desenvolvidos, as pessoas vão ao teatro, consomem muita cultura. E aqui, quanto mais cultura consumirmos, mais conseguimos envolver-nos com o que se passa no nosso país. A cultura torna-nos... cultos. Na pandemia consumíamos cultura, consumíamos séries, conseguíamos ver espectáculos, isso alimenta-nos. Um país sem cultura é um país vazio.

Sei que é uma excelente cozinheira.
Gosto muito de cozinhar. E tenho três pessoas lá em casa que gostam muito dos meus pratos. Já tive mais tempo para este meu amor. Com trabalho e com filhos é mais difícil.

Qual é a sua especialidade?
Gosto muito de comida italiana, mas também gosto muito de ir para os asiáticos. Não tenho aquela receita típica. Adoro ver vídeos de culinária e, depois, dar um toquezinho meu. Claro que, quando era só eu e o Simão, experimentava muito, muito mais. Agora é mais difícil.

Já passou a ideia de abrir um restaurante?
Isso já foi há muitos anos, quando era muito ingénua. Se calhar, a ideia ainda está cá, mas dá tanto trabalho... E conciliar a representação com um restaurante...

Ia perguntar, se lhe fizesse uma entrevista dentro de alguns anos,se podia ser no seu restaurante...
Nunca se sabe, as coisas vão mudando. Os pensamentos vão mudando e as crianças vão crescendo.

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