A adolescente californiana Olivia Rodrigo, que deve o apelido à família paterna de origem filipina, foi “coroada” Melhor Novo Artista numa entrega dos Grammys que dividiu os principais prémios consigo, com a dupla Silk Sonic (Bruno Mars e Anderson .Paak) e com o cantor e pianista Jon Batiste.
Para Olivia Rodrigo, de 19 anos, que interpretou o seu êxito “Drivers Licence” no palco da MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, a noite de domingo foi de consagração. A jovem que ficou conhecida em produções da Disney, como “High School Music”, também recebeu galardões em forma de grafonola - cada vez mais anacrónicos na era do Spotify - nas categorias de Melhor Actuação Pop a Solo, por “Drivers Licence”, e de Melhor Álbum Pop, recompensando “Sour”. Pelo contrário, Billie Eilish, recém-oscarizada por “No Time to Die”, tinha seis nomeações e saiu com zero vitórias.
Da 64.ª cerimónia dos Grammys, descrita pelo apresentador Trevor Noah como “um concerto em que damos prémios”, ficam outros momentos. A começar pela mensagem gravada pelo Presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, que lembrou aos presentes, quase todos vestidos pelos costureiros mais afamados, que os músicos do seu país usam “coletes à prova de bala em vez de smoking”, antecipando a interpretação do tema “Free” por John Legend, acompanhado por duas cantoras e uma poetisa do país invadido pela Rússia.
Recordou-se Taylor Hawkins, baterista dos Foo Fighters, que não assistiram à cerimónia na sequência da morte do músico, a 25 de Março, em Bogotá, na Colômbia, onde a banda estava em digressão. Billie Eilish vestiu uma T-shirt com o rosto de Hawkins e os Foo Fighters somaram mais três prémios, incluindo Melhor Álbum Rock (“Medicine at Midnight”) e Melhor Canção Rock (“Waiting on a War”), elevando o palmarés para 15 Grammys, o que é o novo recorde para uma banda.
Numa cerimónia desprovida de bofetadas, no que foi só um dos contrastes com os Óscares da semana anterior, sentiu-se também a falta de Tony Bennett, que aos 95 anos e com um estado de saúde cada vez mais frágil, gravou uma mensagem em vez de partilhar o palco com Lady Gaga para interpretar e recolher mais um Grammy por Melhor Álbum Pop Vocal Tradicional (“Love for Sale”).
Para os grandes vencedores da noite, numa cerimónia que foi adiada e mudada de Los Angeles para Las Vegas devido à incerteza quanto à pandemia de covid-19, ficou a glória de vencer cinco prémios para Jon Batiste, autor do Melhor Álbum, “We Are”, enquanto os Silk Sonic somaram quatro, com Bruno Mars a garantir, referindo-se ao êxito “Leave the Door Open”, que irão “cantar esta canção para sempre”.
